22 de setembro de 2008

QUANDO A VIDA IMITA A ARTE

Ontem estava procurando alguma coisa interessante na televisão para assistir. Minha internet não estava funcionando e eu não tinha nada melhor em mente para fazer. Detalhe importante: EU ODEIO ASSISTIR TV! Primeiro porque o canal aberto, de uma forma geral, não presta. E segundo porque não tenho paciência para esta árdua tarefa de ficar sentada na frente de uma tela assistindo qualquer porcaria.

Mas tudo isso não vêm ao caso. Em minha procura por uma programação razoável pelos canais, achei um filme começando na TVE. Como gosto do canal [vocês tarados pela Rede Globo vão achar loucura, mas foda-se], o filme era nacional e eu ainda não tinha nem sequer ouvido falar, resolvi assistir.

O nome do filme era: Quem matou Pixote? E sem sombra de dúvidas um excelente filme brasileiro. A história narra a vida de Fernando Ramos da Silva, um menino pobre e semi-analfabeto que ficou famoso sendo o protagonista do filme Pixote, a lei do mais fraco, mas que logo caiu no esquecimento do público. Sem conseguir outro papel como ator, e sentindo cada vez mais o peso da miséria e do pós-fama, ele acaba se enveredando pelos caminhos do crime, onde seus dois irmãos [o mais velho e o caçula] já se encontravam.

Ir para a criminalidade foi um ato desesperado de ficar famoso novamente e ganhar dinheiro para ajudar sua família.

No filme Pixote, a lei do mais fraco, Fernando interpretava um menino, que após a morte de seus pais, acaba indo para a rua, passa por diversos reformatórios recebendo uma “educação” ao qual acaba seguindo. Com apenas 11 anos de idade, o menino já era traficante, ladrão e cafetão. Foi um filme muito censurado e aplaudido em sua época [1981/1982], trazendo fama para o cinema tupiniquim e sendo indicado a vários prêmios, deu muito dinheiro para seus produtores, mas pouco ajudou o garoto.

Logo a baixo vai o trailer dos dois filmes:


Pixote, a lei do mais fraco [1981]

Quem matou Pixote? [1996]



Existe a frase: A arte imita a vida e a vida imita a arte. Infelizmente para Fernando a vida imitou a arte.

Ambos os filmes aconselho a assistir.


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Quantos Pixotes será que existem no nosso país? Não necessariamente crianças que ficaram famosas e caíram no esquecimento. Falo das que, por falta de chances melhores [chances essas que, para a grande maioria é se tornar artista ou atleta], acabam n o mundo das drogas, criminalidade e prostituição, por ser uma forma mais fácil [penso que é mais difícil e arriscada] de ganhar dinheiro.

E o que nós cidadãos fazemos? Falamos mal do Governo. Mas é só o Governo que pode fazer alguma coisa por estes jovens? Nós também podemos fazer. Não podemos salvar o mundo, não temos esse poder. Mas às vezes uma palavra que damos a algum amigo [mesmo este seu amigo não sendo uma pessoa economicamente necessitada] pode ajudar ele a não ir para o caminho mais complicado e triste.

Pensem no que podemos fazer para ajudar as outras pessoas, uma simples palavra ou ato pode mudar uma história.