As falas foram separadas por autor, porém numeradas quanto a sequência da edição do vídeo.
DR. Luiz Carlos Magno delegado do denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos)
1 - Entendemos que não há e, é assim no resto do mundo, ambiente para uma sociedade onde podessimos lidar com a maconha da mesma forma que se lida com cigarro e álcool.
3 – ME DISSERAM, PUXA DOUTOR, MAS O ÁLCOOL NÃO É INFINITAMENTE PIOR QUE A MACONHA? É.
Pelo menos do ponto de vista policial a maioria das OCORRÊNCIAS VIOLENTAS, HOMICÍDIOS, SUICÍDIOS, TRÂNSITO. Não vou nem entrar na área do nosso psiquiatra. (?) Claro! Que o álcool trás essa repercussão, infelizmente estamos falando de uma substância quase livre.
5 – Portanto nossa posição para encerrar o debate é contrária a qualquer iniciativa de descriminalização da maconha. Eu acho que como está, está bom.
DR. Cristiano Maronna IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais)
2 - As pesquisas mais recentes, por exemplo, Portugal é o único país europeu que deixou explicitamente de incriminar o uso de todas as drogas, Portugal mostrou que é possível tratar a questão das drogas fora do direito penal, lá, o porte de drogas se tornou uma inflação administrativa. As pesquisas mostram que de 2001, quando essa lei foi aprovada, até hoje, o índice do uso de todas as drogas “ilegais” caiu, ao contrário do que pregou os prós proibicionismo.
4 – Não adianta temer uma sociedade com maconha, SOCIEDADE COM MACONHA JÁ EXISTE AGORA, é preciso encarar a realidade como ela é. Proibicionismo é uma ficção, uma fantasia.
7 – Se as pesquisas mostram que o índice de DEPENDÊNCIA, NO CASO DA MACONHA, É MENOR do que no caso do álcool e é menor também no caso do tabaco, me parece que esse argumento, uma política mais flexível e mais tolerante causaria um aumento da dependência, é um argumento que não pode ser aceito. Porque em uma sociedade em que o risco de dependência de álcool e tabaco é admitido, por que não admitir uma substância que tem o índice menor ainda?
Marco Magri - Cientista Social
6 – ESTÁ BOM PARA O TRÁFICO; O tráfico nunca vendeu tanto, nunca cresceu tanto. ESTÁ BOM PARA A CORRUPÇÃO; Corrupção policial, corrupção do poder judiciário, do poder político como um todo, poder executivo, poder legislativo.
NÃO ESTÁ BOM PARA A SAÚDE PÚBLICA; A saúde pública hoje tem sofrido de mais com a proibição das drogas porque impede à pesquisa que é à base da informação, que à base do que a saúde pública se constroe.